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terça-feira, 27 de abril de 2010

PR e SC têm 14 mil fora de casa


As chuvas dos últimos dias já fizeram com que cerca de 14 mil pessoas deixassem suas casas no Paraná e em Santa Catarina. No Paraná, segundo a Defesa Civil, há 8.647 desalojados (pessoas que procuram a casa de parentes ou amigos) e 1.178 desabrigados (que procuram abrigos públicos). Em Santa Catarina, há 440 desabrigadas e 4 mil desalojados. Um total de 94 municípios dos dois estados foram afetados, 41 no Paraná e 53 no estado vizinho. Doze cidades catarinenses decretaram situação de emergência: Caçador, Coronel Freitas, Leblon Régis, Chapecó, Xavan­tina, Jaborá, Dona Emma, Pre­sidente Castelo Branco e Apiúna, Rio das Antas, Rio do Campo e Timbó Grande.


Segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, 220 mil pessoas foram atingidas e 1.127 residências sofreram algum tipo de dano. A cidade de Caçador está com 25 mil pessoas afetadas. Em Blu­menau, o nível do Rio Itajaí-Açu atingiu 8,44 metros acima do normal. Na BR-116 houve queda de barreira em Lages e a rodovia está parcialmente interditada nas proximidades do km 251.

Alagamento na cidade catarinense de Lages: 53 cidades, 1.127 residências e pelo menos 220 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas no estado vizinho
Estado terá mais um dia chuvoso e queda de temperatura
As fortes chuvas que caem sobre a região Sul do país devem continuar hoje apenas no Paraná, e no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. De acordo com o site Climatempo, as demais áreas da região terão tempo seco a partir de hoje, quando a frente fria que está sobre os três estados avança para o norte, em direção a São Paulo e ao Mato Grosso do Sul.

640 afetados nos Campos Gerais
O transbordamento de rios desalojou várias famílias na região dos Campos Gerais entre domingo e ontem. Pelo menos 640 pessoas foram afetadas e 290 foram encaminhadas para abrigos ou seguiram para a casa de parentes. Em Prudentópolis, na região central, um lago artificial transbordou na Vila da Luz e deixou 110 pessoas desabrigadas.

No Paraná, subiu para 41 o número de municípios que registraram estragos. Segundo a Defesa Civil, 244 mil pessoas foram afetadas em todo o estado. Por volta das 18 horas de ontem havia 3.549 residências atingidas. Até o início da noite, nenhum município paranaense havia decretado estado de emergência.
Em Curitiba, 3.679 pessoas foram atingidas. Ontem, 19 pessoas permaneciam em dois abrigos da prefeitura. Duas pessoas estão desaparecidas: o motorista de um veículo Fiat Marea que caiu no Rio Iguaçu, em São José dos Pinhais, na noite de sábado, e um rapaz de 23 anos que caiu no Rio Atuba, no Bairro Alto, na tarde de sexta-feira. Em Pinhais, as chuvas atingiram 3,5 mil pessoas.


O Rio Grande do Sul também começou a enfrentar transtornos. Em Iraí, na divisa com Santa Catarina, o Rio do Mel invadiu dez casas e forçou os moradores a procurar abrigo na casa de parentes e amigos. Em São Borja, na fronteira com a Argentina, o Rio Uruguai subiu nove metros. Os alagamentos são provocados pela cheia do Rio Uruguai.


Realocação
As chuvas levaram a Companhia de Habitação (Cohab) de Curitiba a antecipar a realocação de parte das 415 famílias que vivem em situação de risco à margem do Rio Atuba, nas Vilas Paraíso e Higienópolis, no Bairro Alto. Elas vão ocupar as primeiras unidades das Moradias Faxinal, no Santa Cândida.


A mudança, que estava prevista para maio, começou ontem, com cinco famílias. Até amanhã, mais 61 deverão ser transferidas. Até o fim de maio, mais 38 famílias devem estar fora de risco. O objetivo é realocar todas até o fim do ano. Na sexta-feira, 40 famílias ficaram desabrigadas na região. As unidades estão prontas, mas a estação de tratamento de esgoto que atenderá ao empreendimento não foi concluída, o que deverá ocorrer até maio. Por enquanto, o esgoto será escoado para uma fossa séptica.


Em dezembro, as chuvas provocaram estragos semelhantes. “Agora estamos indo para um lugar seguro, mas já perdemos tudo o que a gente suou para comprar. Se essa solução era possível, podiam ter feito antes”, protesta a operadora de caixa Valéria Bruna da Silva, 25 anos. Ela mora com o marido e dois filhos em uma casa de madeira sobre o barranco do rio.


Para quem ficou para as próximas etapas, resta o medo de novas enchentes. A dona de casa Priscila Godói de Souza, 20 anos, mora do outro lado da rua que dá acesso às casas do barranco, mas também foi prejudicada. “Ninguém sabe ao certo quando será nossa vez. A gente está aqui por falta de opção”, lamenta.

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