Índice do Paraná é superior ao do País; levantamento ouviu mais de 50 mil diretores de colégios públicos brasileiros
Londrina - O tráfico de drogas está presente no entorno de 38% das escolas públicas do Paraná. Os números são de uma pesquisa baseada nas respostas dos questionários socioeconômicos da Prova Brasil 2011, aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e divulgada em agosto de 2012.
Dos 54,5 mil diretores entrevistados, 18,9 mil apontaram a existência de comércio de drogas, o que indica que 35% das escolas públicas do Brasil estão próximas ao tráfico. O Distrito Federal tem a maior proporção do País, com um índice de 53,2%. A menor ocorrência registrada foi no Piauí, onde 15,3% dos estabelecimentos de ensino estão ao redor de locais onde há compra e venda de entorpecentes.
Para Ernesto Martins, coordenador da Fundação Lemann, um dos responsáveis pelo estudo, os dados apontam que não dá para isolar a escola do contexto em que está inserida. ''É difícil separar a escola da comunidade. A mensagem que a pesquisa passa é que a escola tem que buscar se integrar aos moradores da região, fazer parte dela para, em conjunto, buscar alternativas e ações para melhorar a comunidade'', ressalta Martins.
O coordenador destaca ainda que a escola não pode ser responsabilizada pela violência e que os números podem servir de parâmetros para ações do poder público. ''Os relatos dos diretores mostram o que eles passam no dia a dia e isso ajuda a atender o que acontece nas escolas e no seu entorno'', frisa.
Em Londrina, a realidade não é diferente. Várias escolas públicas estão próximas a locais onde há venda e consumo de drogas. ''Atrás da escola, onde existe um vale, todas as noites fica um grupo de jovens consumindo maconha. Todo mundo dentro da escola sente o cheiro'', revelou a professora de um colégio localizado no Jardim Santa Fé, zona leste. ''Os alunos relatam que na saída das aulas sempre encontram estes usuários nas esquinas próximas da escola. Muitas vezes eles são abordados e a droga é oferecida.''
Em outra escola, no Conjunto Antares, também na zona leste, vários usuários e traficantes de drogas procuram os alunos durante as aulas. ''Eles chamam os estudantes até as grades e algumas vezes entram na escola. Acontece durante o dia e a noite é muito pior. Ele picham as paredes internas e fazem ameaças. Professores e funcionários já fizeram vários boletins de ocorrência'', aponta uma funcionária.
A Polícia Militar (PM) conta com o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária para levar segurança às escolas. De acordo com o capitão Dalton Perovano, a Patrulha Escolar realiza um trabalho com a perspectiva de construir uma cultura de paz e segurança.
''Buscamos trabalhar de forma coletiva e individual em ações de prevenção do uso de drogas e trazer segurança para as escolas. Uma cultura de segurança só será alcançada se houver uma ação conjunta entre o colégio, a família, a comunidade e a polícia'', aponta Perovano.
A PM coloca em prática o Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência (Proerd), que oferece estratégias preventivas a fim de reforçar os fatores de proteção. A Patrulha Escolar desenvolve também ações específicas para cada faixa etária de estudantes da rede pública, além de orientar as instituições em relação as instalações físicas para garantir uma maior segurança.
''Os nossos policiais recebem uma formação exclusiva para lidar com a questão da segurança nas escolas e de forma continuada eles aprimoram estes conhecimentos'', ressalta Dalton Perovano.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Educação não deu retorno. (Com Agência Brasil)
http://www.folhaweb.com.br/
Londrina - O tráfico de drogas está presente no entorno de 38% das escolas públicas do Paraná. Os números são de uma pesquisa baseada nas respostas dos questionários socioeconômicos da Prova Brasil 2011, aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e divulgada em agosto de 2012.
Dos 54,5 mil diretores entrevistados, 18,9 mil apontaram a existência de comércio de drogas, o que indica que 35% das escolas públicas do Brasil estão próximas ao tráfico. O Distrito Federal tem a maior proporção do País, com um índice de 53,2%. A menor ocorrência registrada foi no Piauí, onde 15,3% dos estabelecimentos de ensino estão ao redor de locais onde há compra e venda de entorpecentes.
Para Ernesto Martins, coordenador da Fundação Lemann, um dos responsáveis pelo estudo, os dados apontam que não dá para isolar a escola do contexto em que está inserida. ''É difícil separar a escola da comunidade. A mensagem que a pesquisa passa é que a escola tem que buscar se integrar aos moradores da região, fazer parte dela para, em conjunto, buscar alternativas e ações para melhorar a comunidade'', ressalta Martins.
O coordenador destaca ainda que a escola não pode ser responsabilizada pela violência e que os números podem servir de parâmetros para ações do poder público. ''Os relatos dos diretores mostram o que eles passam no dia a dia e isso ajuda a atender o que acontece nas escolas e no seu entorno'', frisa.
Em Londrina, a realidade não é diferente. Várias escolas públicas estão próximas a locais onde há venda e consumo de drogas. ''Atrás da escola, onde existe um vale, todas as noites fica um grupo de jovens consumindo maconha. Todo mundo dentro da escola sente o cheiro'', revelou a professora de um colégio localizado no Jardim Santa Fé, zona leste. ''Os alunos relatam que na saída das aulas sempre encontram estes usuários nas esquinas próximas da escola. Muitas vezes eles são abordados e a droga é oferecida.''
Em outra escola, no Conjunto Antares, também na zona leste, vários usuários e traficantes de drogas procuram os alunos durante as aulas. ''Eles chamam os estudantes até as grades e algumas vezes entram na escola. Acontece durante o dia e a noite é muito pior. Ele picham as paredes internas e fazem ameaças. Professores e funcionários já fizeram vários boletins de ocorrência'', aponta uma funcionária.
A Polícia Militar (PM) conta com o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária para levar segurança às escolas. De acordo com o capitão Dalton Perovano, a Patrulha Escolar realiza um trabalho com a perspectiva de construir uma cultura de paz e segurança.
''Buscamos trabalhar de forma coletiva e individual em ações de prevenção do uso de drogas e trazer segurança para as escolas. Uma cultura de segurança só será alcançada se houver uma ação conjunta entre o colégio, a família, a comunidade e a polícia'', aponta Perovano.
A PM coloca em prática o Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência (Proerd), que oferece estratégias preventivas a fim de reforçar os fatores de proteção. A Patrulha Escolar desenvolve também ações específicas para cada faixa etária de estudantes da rede pública, além de orientar as instituições em relação as instalações físicas para garantir uma maior segurança.
''Os nossos policiais recebem uma formação exclusiva para lidar com a questão da segurança nas escolas e de forma continuada eles aprimoram estes conhecimentos'', ressalta Dalton Perovano.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Educação não deu retorno. (Com Agência Brasil)
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