Um ricaço investe parte da fortuna no futebol, abrindo os cofres para contratar craques e fazer seu excêntrico brinquedo em forma de time decolar. O enredo poderia descrever o bilionário russo e dono do Chelsea-ING, Roman Abramovich, mas se encaixa na trajetória de Mário da Silveira Teixeira. O empresário e membro do conselho administrativo do banco Bradesco é o mecenas do Grêmio Osasco (GEO), alçado à série A do Paulista graças ao dinheiro do patrono.
Do bolso de seu Mário saíram 30 milhões de reais para a compra do Audax, em setembro — a fusão rendeu a vaga na primeira divisão ao GEO. Em um confortável camarote do estádio do Rochdale, sempre à sombra do ex-volante e vice-presidente Vampeta, o mandachuva assiste aos jogos da equipe, que, em cinco anos, subiu da quarta para a segunda divisão do Paulista.
Tal qual o chefão do Chelsea, seu Mário é uma figura obscura, avesso a holofotes, o que não o impede de ser visto como um semideus no clube e de interromper treinos para pousar de helicóptero no estádio. “O futebol de Osasco se chama Mário Teixeira”, diz o presidente Lindenberg Pessoa.
Ponte-pretano, Teixeira criou sua Ponte na cidade. No fim de 2011, comprou o Osasco FC, que adotou o uniforme e as cores da Macaca. O genérico do time campineiro é a instituição paulista que mais arrecada recursos pela Lei de Incentivo ao Esporte. Ao convencer cardeais do Bradesco a destinar parte do imposto de renda à equipe, Teixeira amealhou mais de 5 milhões de reais, sem contar o próprio investimento. Com a ajuda de Vampeta, estreitou relações com os pentacampeões Cafu e Ronaldo e se aproximou dos presidentes da CBF, José Maria Marin, e da Federação Paulista, Marco Polo Del Nero.
Com o aval das entidades, a ascensão à série A respinga no Osasco, que herdará a vaga na A2 do Paulista, saltando da quarta divisão. O que aumenta as chances de o milionário realizar outro desejo: ver seu time peitar a Ponte Preta na elite do Brasileiro.
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