O delegado Fátimo de Siqueira instaurou inquérito ontem na 38ª Delegacia Regional de Polícia (DRP) de Santo Antônio da Platina para investigar a morte de Sebastião Mariano Filho, 29 anos, que, na manhã de segunda-feira (23), não resistiu a uma crise de hipoglicemia após agonizar por cerca de meia hora na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Ribeiro à espera da ambulância do Samu. De acordo com o médico da UBS, Mariano Filho precisava ser removido com urgência para o Pronto Socorro.
Durante a semana, o delegado vai ouvir as testemunhas e os envolvidos no caso para saber o motivo da demora da ambulância. Outras questões como o procedimento médico e a causa da morte, também devem ser esclarecidas. Segundo a equipe da UBS, além da hipoglicemia, Mariano Filho tinha histórico de doenças cardíacas.
A família da vítima espera que o caso não fique impune. “Nada vai trazê-lo de volta, mas temos que confiar agora e torcer para que a justiça seja feita”, desabafou a irmã, Lizandra Mariano. Parentes e amigos do rapaz se reuniram na manhã de ontem no Cemitério São João Batista para a despedida. No enterro, o clima de tristeza se misturava com revolta.
Sem secretário
Em meio a toda a confusão, a reportagem não conseguiu entrar em contato com um responsável pela Secretaria Municipal de Saúde. A informação obtida na Secretaria de Saúde é que, desde a saída de João Evangelista de Mello Neto, há 15 dias, ninguém assumiu o cargo. Procurado desde ontem, o diretor de Saúde, João Tarcísio Silvério, apontado como o responsável interino pela secretaria, não foi encontrado no local de trabalho.
A coordenadora da Regional de Cornélio Procópio do Samu, Vanessa Alcântara, estava em reunião na tarde de ontem e não retornou a ligação. A atendente passou o número de celular dela e pediu para ligar em uma hora. A reportagem ligou três vezes entre as 17h30 e 18h30 e ninguém atendeu.
Polícia Militar
Com a demora do Samu, os funcionários da UBS e parentes da vítima tentaram outros meios. Segundo uma enfermeira, atendentes da Polícia Militar teriam dito que a viatura estaria sem gasolina. Na tarde de ontem, a Polícia Militar divulgou o áudio da ligação na central do 190. Na gravação, o atendente explica que a viatura não tem espaço adequado para transportar um paciente nas condições descritas. Em seguida, o solicitante desliga o telefone. A PM deixa claro que em nenhum momento foi dito que a viatura estava sem combustível.
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