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quarta-feira, 11 de julho de 2012

VELÓRIO É INTERROMPIDO POR CAUSA ATESTADO DE ÓBITO




Luiz Guilherme Brandani

Parentes precisaram fechar o velório e levar o corpo ao IML de Jacarezinho

Cerimônia foi interrompida e cadáver foi levado para unidade do IML para realização de necropsia 

O corpo do aposentado Jaime Honório de Souza foi retirado, às 13h30 desta terça-feira, durante o velório em Santo Antônio da Platina devido à falta do atestado de óbito. Segundo a responsável pela funerária que prestava o serviço, Roseli Juliano, o corpo teria sido liberado por uma enfermeira da Santa Casa de Misericórdia, em Jacarezinho, onde o aposentado estava internado, à 1 hora e levado para o local da cerimônia por um funcionário da funerária.
A interrupção aconteceu momentos depois de uma ligação da Santa Casa, por volta das 13 horas, para a funerária avisando sobre a necessidade de se fazer a necropsia para que o atestado de óbito fosse assinado. Com isso, o corpo do aposentado foi levado pela funerária até Jacarezinho para que o exame fosse feito e só retornou às 16h15 quando o velório recomeçou.
Souza estava na casa de Saúde de Jacarezinho desde que foi atropelado na manhã de sábado, 7, na BR-153, no perímetro urbano de Santo Antônio da Platina e morreu no início da madrugada desta terça-feira na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com o médico que atendia o aposentado na UTI, Jorge Ferreira Filho, a enfermeira – que ele diz não lembrar o nome – que liberou o corpo para a funerária deve ter se confundido quanto ao procedimento neste caso. Ele explica que, em casos de acidentes violentos, quando ocorre morte a necropsia tem que ser feita por um médico legista e não pelo médico plantonista. “O que deve ter ocorrido é que a enfermeira, até mesmo pelo cansaço da jornada de trabalho, pode ter se confundido e achado que o atestado de óbito já deveria estar assinado. Foi um detalhe, mas não deixa de ser uma falha. Na verdade o verdadeiro culpado foi o motorista que atropelou a vítima”, relatou o médico.
A filha do aposentado, Anair Candido da Silva disse que, assim que foi informada sobre a morte do pai, no início da madrugada, ligou para a Santa Casa e foi informada por uma funcionária de que o corpo já estava liberado à disposição da funerária. “Eu ainda perguntei à funcionária se havia a necessidade de eu acompanhar os funcionários da funerária, mas ela disse que estava tudo certo e que eu não precisava ir lá”, esclareceu. “Mais tarde recebo uma ligação do hospital com a informação de que o corpo teria que ter passado pelo IML, mas que a enfermeira de plantão não encaminhou e então o corpo teria que retornar a Jacarezinho para fazer o exame. E eu achei que não havia nada de errado com a documentação. Nunca passei por uma humilhação dessas”, lamentou a filha.
Alheio à confusão que gerou o constrangimento à família da vítima, o filho do aposentado, Alício Honório da Silva, quer saber de quem foi a culpa pelo incidente e não descarta uma ação judicial para reparar os danos. “O IML disse que houve uma confusão entre a funerária e o hospital e que ninguém encaminhou o corpo para o exame. Foi constrangedor interromper o velório até porque muitas pessoas vieram de outras cidades, como São Paulo, eu mesmo moro em Botucatu. Muitas pessoas estavam no velório desde a madrugada e o episódio foi muito desagradável”, desabafou o filho.

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