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sexta-feira, 22 de março de 2013

Empresas de água faturam 21% menos com vazamentos

Perdas equivalem a 23% dos investimentos realizados em abastecimento no Paraná
No Dia Mundial da Água, comemorado hoje, um dado positivo destaca o Paraná no fornecimento de água aos consumidores: o Estado está entre os estados brasileiros que apresentaram, em 2010, perdas de faturamento inferiores à média nacional, devido a vazamentos, ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas no consumo do produto. O Paraná produziu 5,53% do volume de água no Brasil naquele ano, quando a média de perdas foi de 21,09%, contra 35,7% no País. A Região Sul foi a que apresentou a menor média de perdas, de 32,29%. Em Londrina, a média foi de 27,54%. 

Os dados divulgados esta semana são da pesquisa Perdas de Água: Entraves ao Avanço do Saneamento Básico e Riscos de Agravamento à Escassez Hídrica no Brasil, realizada pelo Instituto Trata Brasil, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). O levantamento feito pelos professores Rudinei Toneto Jr., da Universidade de São Paulo (USP), e Carlos Saiani, do Instituto Mackenzie, leva em conta dados de 2010 e é baseado nas perdas financeiras dos provedores dos serviços informadas ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades. 

No Paraná, destaca-se a cidade de Ponta Grossa, apontada com uma das cidades que apresentaram um dos menores índices de perdas de faturamento (5,82%). "As perdas financeiras são derivadas de ligações clandestinas, roubos de água, problemas ou falta de hidrantes e de medição em geral, submedições e, sobretudo, dos vazamentos que ocorrem em horários de baixa demanda, por corrosão ou idade avançada das redes de distribuição, uso de materiais inadequados ou fora dos padrões técnicos, obras mal executadas, entre outros", explica o estudo. 

De acordo com a pesquisa, uma redução de 10% nas perdas agregaria cerca de R$ 1,3 bilhão à receita operacional com a água, equivalente a 42% do investimento realizado em abastecimento de água no País, em 2010. No Paraná, esta redução refletiria em R$ 28,7 mil, um aumento de 2,7% na receita operacional com água ao ano e o equivalente a 23% do investimento realizado em abastecimento de água. A receita operacional direta de água do Estado, conforme o levantamento, é de R$ 1 milhão ao ano, e o investimento em abastecimento pelo prestador de serviços, de R$ 126 mil ao ano. 

A redução de 10% nas perdas também teria impacto de 5,9% na tarifa média de água no Brasil, reduzindo o valor de R$ 2,34/metro cúbico para R$ 2,20/metro cúbico. No Paraná, este impacto seria de 2,6%, e a tarifa passaria de R$ 1,97/metro cúbico para R$ 1,92/metro cúbico. 

"As perdas de água representam um dos maiores desafios e dificuldades para a expansão das redes de distribuição de água no Brasil. A perda financeira com a água produzida e não faturada faz com que o setor do saneamento perca recursos financeiros fundamentais também para a expansão do esgotamento sanitário no País", aponta o estudo. (Com Agência Brasil) 

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