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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Duas garotas são detidas após se beijarem em culto de Feliciano

Duas jovens foram parar na delegacia após se beijarem em um culto do deputado federal e pastor Marcos Feliciano (PSC-SP).

O caso ocorreu no último domingo (15), em São Sebastião, litoral norte paulista.

Joana Palheiros, 18, e Yunka Mihura, 20, foram levadas para prestar depoimento por guardas municipais, que agiram a pedido do deputado. "Isso é vilipendiar público, a polícia já está indo ali", diz Feliciano durante o culto.

Um vídeo da confusão foi divulgado na internet. Feliciano pede ao público que ignore as jovens, que são namoradas.

"Cachorrinho que está latindo é assim, você ignora e ele para de latir", disse ele, sob aplausos. O episódio se deu durante o evento evangélico Glorifica Litoral, que reuniu cerca de 2.000 pessoas.
As duas jovens participavam de um protesto contra o pastor, que reuniu cerca de 20 pessoas. Segundo elas, o clima estava pacífico até Feliciano subir ao palco. "Estávamos respeitando o culto, tínhamos conversados com os guardas", disse Palheiros.
No vídeo é possível ver as duas serem levadas para baixo do palco onde, segundo elas, foram agredidas por guardas. "Jogaram a gente na grade, deram chave de braço, levei tapas", disse Palheiros. As duas permaneceram na delegacia por cerca de uma hora.
O advogado das jovens, Daniel Galani, informou que irá acionar os guardas envolvidos no caso na Justiça por lesão corporal. Também disse planejar uma ação contra Feliciano, mas como o deputado tem foro privilegiado, afirmou esperar apoio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para entrar no STF (Supremo Tribunal Federal).
"Também esperando o apoio de um partido para entrar com uma denúncia na Câmara por falta de decoro parlamentar", disse Galani.
A reportagem tentou, sem sucesso, entrar em contato com Marco Feliciano nesta segunda-feira. Não houve resposta aos contatos no celular e no gabinete do deputado.
Feliciano comentou o caso em uma rede social. "O Código Penal brasileiro diz: escarnecer de alguém publicamente, por crença ou função religiosa, impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso", escreveu.
O deputado-pastor acusou os manifestantes de invadirem o culto e disse que são "loucos e necessitam de tratamento mental urgente" ou "baderneiros que querem cinco minutos de fama ou briga".
Em nota, a Prefeitura de São Sebastião disse que a Guarda Municipal agiu primeiramente para impedir que as jovens fossem agredidas. Confirmou que as duas foram levadas para averiguação com base no artigo citado por Feliciano --ultraje a culto.
A prefeitura disse ainda que apura se houve excessos dos guardas na ação.

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