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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Alexandre Kireeff: de azarão a prefeito de Londrina



do Bonde

Alexandre Lopes Kireeff entrou na disputa pela prefeitura de Londrina na condição de azarão. Filiado ao Partido Social Democrático (PSD), debutante em eleições municipais, o médico veterinário e empresário apareceu timidamente nas primeiras pesquisas, com intenções de voto abaixo dos 3%.

Na lista de adversários, uma série de candidatos de peso: Márcia Lopes (PT), ex-ministra e com apoio do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff; Luiz Eduardo Cheida (PMDB), deputado estadual e ex-prefeito da cidade; Barbosa Neto (PDT), que apesar de ter sido cassado mantinha o apoio de parte da população; e Marcelo Belinati (PP), que juntou o poderoso sobrenome e a popularidade do tio Antonio Belinati com o apoio do governador Beto Richa (PSDB), que obteve vitória massacrante na cidade há dois anos.

Desde o início da campanha, Kireeff se apresentava como o 'diferente'. Dizia que sua candidatura – chapa pura, sem coligação - era um ato de rebeldia em relação aos desmandos políticos enfrentados pela cidade nos últimos anos. Foi o primeiro dos candidatos a pedir, publicamente, a saída do então prefeito José Joaquim Ribeiro, que confessou ter recebido propina no caso da compra dos uniformes escolares.

Com a propaganda eleitoral, Kireeff começou a crescer nas pesquisas. Assumiu um perfil técnico, sem discursos populistas e com propostas embasadas em gerenciamento de recursos e austeridade com gastos públicos.

Na reta final do primeiro turno, polarizou a disputa pelo segundo lugar com Márcia Lopes, sob a possibilidade de que o pleito fosse decidido a favor de Marcelo Belinati.

Na pesquisa Ibope divulgada na noite de sábado, véspera do primeiro turno, aparecia com 17% das intenções de voto. Arrebatou os indecisos e fechou o pleito com 69 mil votos, 25% dos válidos.

Comemorou o resultado argumentando que teria mais tempo para apresentar suas propostas para os eleitores londrinenses, dividindo o tempo de propaganda por igual com o adversário.



Marcelo Belinati
A cada pesquisa divulgada, reduzia a diferença em relação ao primeiro colocado. Com a proximidade, passou a sofrer ataques de Belinati, que tentou ligar o sobrenome Lopes com empresas do transporte coletivo, além de questionar a formação acadêmica e o discurso de não ser político, alegando que havia trocado de partido duas vezes.

Nos debates, reagia às provocações do adversário, que formulava 'pegadinhas', perguntando se Kireeff tinha conhecimento de temas específicos como nome de remédios em falta nos postos de saúde, siglas relacionadas à educação e localização de bairros da cidade. "Não sou taxista", rebateu no último confronto.

Durante a apuração deste domingo começou atrás, já que os primeiros votos vieram da zona norte, reduto belinatista. Com mais de 75% da apuração concluída, o candidato do PP estava à frente por uma diferença de apenas 329 votos.

A virada veio com 92% das urnas apuradas, com a vitória sendo confirmada apenas na última parcial. Foram 2.978 votos de diferença ao final.

"Nossa proposta de renovação prosperou. A candidatura iniciou com percentuais muito baixos, mas nos mantivemos fiéis à nossa proposta. Neste momento final, conseguimos na última hora virar o resultado", disse em entrevista após a vitória.

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