Falta de reajuste dos planos privados é o principal motivo para que uma das instituições mais tradicionais de Cornélio Procópio deixe de funcionar
O Hospital Cristo Rei de Cornélio Procópio, com quase 40 anos de atuação na cidade fecha suas portas no próximo dia 31. O principal motivo, de acordo com o proprietário, o clínico geral, Ivo Nóbrega, é a impossibilidade de reajustes financeiros entre a instituição e os planos privados de saúde.
Ele alega que há quase 10 anos não há aumento nos procedimentos médicos-hospitalares. O hospital possui 20 leitos, realizava mensalmente mais de 30 cirurgias e 200 consultas. Por se tratar de um hospital de pequeno porte, de acordo com Nóbrega, a população procopense não será afetada com o fechamento da instituição. ''O Hospital João de Lima e a Santa Casa conseguem atender a demanda'', afirma. Opinião que o diretor da 18 Regional de Saúde de Cornélio Procópio, Reinaldo Lavorato, também compartilha.
''O Hospital Cristo Rei é privado, de pequeno porte e está fechando por motivos particulares. Seu fechamento não compromete o atendimento da saúde da população. Se fosse a Santa Casa de Cornélio ou até mesmo a de Bandeirantes, a população sentiria o impacto'', diz ele, alegando que mais de 250 mil habitantes são atendidos na região e que não há nenhuma probabilidade dessa decisão pejudicar o atendimento. Ele explica que por mês a Santa Casa de Cornélio Procópio recebe um repasse do HospiSus no valor de R$ 120 mil para a melhora nos atendimentos de urgência e emergência e R$ 40 mil para o atendimento de gestantes. ''Este ano a Santa Casa de Bandeirantes passa também a ser beneficiada para atender cada vez melhor a população'', acrescenta.
O outro fato que contribui para o fechamento do hospital, de acordo com Nóbrega é a inauguração nos próximos meses de um novo hospital particular. ''A Unimed está prestes a abrir em março uma unidade hospitalar e o governo já prospecta a construção de um novo hospital estatal, as obras devem se iniciar no próximo semestre. Essas são perspectivas que atrapalhariam ainda mais o funcionamento de um hospital particular'', lamenta Nóbrega. Ele explica que a saúde caminhou para a direção dos conveniados. ''As famílias de classe média possuem planos de saúde e isso não foi bom para os hospitais particulares que registram uma queda brusca no atendimento'', diz.
Nóbrega explica que existe uma disparidade grande nos valores cobrados por uma diária num hospital e os gastos obtidos. ''Os planos de saúde privados não têm interesse em melhorar as condições de remuneração nos repasses pelos procedimentos e o diálogo para que isso aconteça é desgastante. Eles ditam as regras, tanto de atendimento quanto de recebimento. Não há como visualizar um horizonte promissor para a área privada da saúde'', avalia.
Mesmo com todo o desgaste emocional com o fechamento, Nóbrega afirma que o hospital está numa condição financeira estável. ''Resolvi que essa era a hora ideal para fechar. Encerrar as atividades enquanto se tem qualidade é o melhor a se fazer'', diz. ''O hospital é uma empresa como outra qualquer e, como tal, precisa dar lucro. Tenho responsabilidades com meus funcionários, vou fazer o acerto dos 19 funcionários que serão demitidos, como manda a lei, e temos contactado outras empresas na área da saúde para que eles saiam com um emprego garantido'', justifica.
Fonte: Anuncifacil.
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