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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Arquiteto Oscar Niemeyer morre aos 104 anos no Rio

Arquiteto Oscar Niemeyer morre aos 104 anos no RioO arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos, morreu às 21h55 desta quarta-feira (5). Ele estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo (zona sul do Rio) desde 2 de novembro. Inicialmente vítima de desidratação, ele também teve problemas nos rins e era submetido a hemodiálise, além de fisioterapia respiratória. 

Hoje de manhã Niemeyer sofreu uma parada cardíaca e sua respiração passou a ser mantida por aparelhos. A família do arquiteto ainda não se manifestou. O arquiteto completaria 105 anos no próximo dia 15. 

Obras 
Oscar Niemeyer se formou em arquitetura e engenharia em 1934, pela Escola Nacional de Belas Artes, e seu primeiro projeto individual foi o edifício Obra do Berço, no Rio, em 1937, no qual já mostrou características que marcariam seus trabalhos ao longo dos anos, como plantas e fachadas livres, influências da arquitetura moderna e do francês Le Corbusier. Em 1939, projetou o Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova York, ao lado de Lúcio Costa. Em 1946, foi um dos convidados a construir a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) na cidade norte-americana de Nova York. 

Sua obra-prima foi o plano piloto da capital federal, Brasília, inaugurada em 1960 pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Trabalhando com Lúcio Costa à convite do presidente, projetou os edifícios do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, Congresso Nacional, Catedral e Esplanada dos Ministérios, que deram fama internacional a Brasília, construída sob uma estética modernista que explora ângulos curvos no lugar de linhas retas, o uso de concreto armado, o célebre formato da cidade, inspirado em um avião, avenidas largas, blocos de edifícios afastados e amplos espaços vazios, rampas e vastas áreas verdes. 

Conhecido pela defesa da causa comunista, foi perseguido durante a ditadura militar e decidiu se exilar em Paris. Ele visitou a antiga União Soviética e foi amigo pessoal de Luís Carlos Prestes e do líder cubano Fidel Castro. Na capital francesa, abriu um escritório e fez projetos no país, na Argélia e em Portugal. De volta ao Brasil, nos anos 1980, projetou no Rio o sambódromo e participou de projetos educacionais e culturais de Darcy Ribeiro. Em 1996, inaugurou o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, e, em 2002, o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, conhecido como o Museu do Olho, com prédios que lembram naves espaciais. Em São Paulo, suas obras mais famosas são o Parque do Ibirapuera e o complexo de pavilhões do local, o Edifício Copan e o Memorial da América Latina. 

Ao longo de sua vida, assinou cerca de 500 obras nas principais cidades brasileiras e em países como Líbano, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Israel e Itália. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Prêmio Pritzker de Arquitetura, Prêmio Unesco, na categoria Cultura, Royal Gold Medal do Royal Institute of British Architects, Prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza e Medalha de Ouro da Academia de Arquitetura de Paris. 

Ele tinha medo de avião e, sempre que possível, evitava voar. Dentro do País, preferia viajar de carro e, nas viagens intercontinentais, gostava de ir de navio. Embora a maioria de suas obras tenham sido grandiosas e de alto custo financeiro, muitos projetos foram doados pelo arquiteto por questões éticas e de amizade. 

Carioca, filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida, Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho nasceu no dia 15 de dezembro de 1907, no bairro das Laranjeiras. Casou-se com Annita Baldo quando tinha 21 anos e ficou viúvo em 2004. Dois anos mais tarde, casou com sua secretária, Vera Lúcia Cabreira. Com a primeira mulher, teve uma filha, Anna Maria Niemeyer. Deixou netos, bisnetos, trinetos e muitos amigos.

fonte:www.bonde.com.br

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