Moradores de Jataizinho retornam às casas depois da enchente; Assistência Social entrega colchões e cestas básicas
O pedreiro Pedro Barbieri Neto saiu de casa só com a roupa do corpo
"Hoje até deu para animar. É dia de lavar roupa", comemora Silvana Carvalho
Jataizinho - Depois de um início de semana chuvoso e cheio de transtornos, os moradores de Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina) comemoram a trégua da chuva iniciada na tarde de quinta-feira. Nas residências atingidas pela cheia do Rio Tibagi e do Ribeirão Jataizinho, o cenário é de recomeço. Nos quintais, uma enorme quantidade de roupas no varal e dentro das casas, muitas donas de casa aproveitam para fazer uma limpeza geral.
Segundo Reinaldo Cicero Martins, coordenador de Defesa Civil de Jataizinho, o Tibagi já baixou mais de dois metros e o ribeirão está com o nível da água às margens de seu leito. "Agora estamos acompanhando as famílias que estão começando a voltar para as casas. As 30 residências que estavam em área de risco já não oferecem perigo, mas vamos continuar em estado de alerta caso volte a chover e também vamos manter o ginásio de esporte apto a receber a população, caso necessário", afirmou.
Ao todo, 22 famílias tiveram grandes prejuízos com a forte chuva que atingiu a região na madrugada de terça-feira. A maioria reside em um conjunto de chácaras na saída para o distrito Frei Timóteo e ainda sofre com a enchente, pois em alguns pontos a água ainda não escoou.
Ontem de manhã, uma equipe da Assistência Social do município visitou algumas famílias a fim de cadastrá-las e traçar um diagnóstico de necessidades. Durante a ação, colchões e cestas básicas foram entregues. "Estamos começando pelas famílias que já foram cadastradas na terça e quarta-feira e que tiveram grandes prejuízos. Contamos agora com a ajuda da comunidade para doação de roupas, inclusive de cama, mesa e banho, além de móveis", ressaltou Tatiane Franco Garcia, diretora do departamento municipal de Assistência Social.
De acordo com Tatiane, seis famílias perderam tudo o que tinham em casa. Como é o caso do pedreiro Pedro Barbieri Neto, de 29 anos. Ontem pela manhã, ele usou um bote para sair da chácara onde é caseiro até o asfalto, onde recebeu os mantimentos. Neto mora há quatro anos em Jataizinho, mas nunca tinha enfrentado uma situação tão ruim por conta das chuvas.
"A água chegou na altura do meu peito, mais ou menos um metro e meio. Tudo foi muito rápido. Eu, minha mulher e meus quatro filhos pequenos estávamos dormindo quando a água começou a subir. Foi só o tempo de colocá-los em um bote e trazê-los para o asfalto. Naquela noite, foi um estado de caos. Eu via pessoas passando de bote, gritando para avisar as famílias. Nós deixamos tudo para trás", lembrou ele sobre a madrugada de terça-feira.
A família saiu somente com a roupa do corpo e documentos pessoais. "Eu voltei para tentar salvar alguma coisa, mas não deu tempo. Foi questão de minutos", contou ele, que se abrigou na casa de parentes. Com o nível de água mais baixo, Neto voltou para a casa com a família na quinta-feira à noite. "É uma sensação de angústia. Eu cheguei em casa e estava tudo revirado. As panelas cheias de barro, os móveis todos perdidos e as roupas sujas de lama", lamentou.
Caminhão de mudança
Na Vila Frederico, as casas que ficam à beira do Ribeirão Jataizinho também foram afetadas pela enchente. A residência de Silvana Justino de Carvalho, de 36 anos, é uma das primeiras a ser invadida pela água devido à proximidade com o rio. "Eu percebi que a água já estava atingindo o muro e chamei um caminhão de mudança. Coloquei fogão, geladeira, cama, tudo o que podia para levar para a casa dos meus parentes. Só voltei ontem de manhã", disse Silvana, que mora com o marido e dois filhos. Ontem, ela aproveitou os poucos raios de sol para colocar a casa "em ordem". "Hoje até deu para animar. É dia de lavar roupa."
No ano passado, Silvana não teve como prever a cheia do rio. Toda a família foi pega de surpresa e o prejuízo foi bem maior. "Todo ano acontece isso e eu não entendo por que não fazem nada. A gente paga imposto em dia", reclamou.
Na tarde de ontem, a Associação de Proteção à Maternidade, Infância e Família também realizou a entrega de agasalhos arrecadados em campanha, na unidade improvisada do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
Serviço:
As doações para as famílias atingidas pela chuva podem ser feitas no departamento de Assistência Social. Informações pelo fone: (43) 3259-3742.
Segundo Reinaldo Cicero Martins, coordenador de Defesa Civil de Jataizinho, o Tibagi já baixou mais de dois metros e o ribeirão está com o nível da água às margens de seu leito. "Agora estamos acompanhando as famílias que estão começando a voltar para as casas. As 30 residências que estavam em área de risco já não oferecem perigo, mas vamos continuar em estado de alerta caso volte a chover e também vamos manter o ginásio de esporte apto a receber a população, caso necessário", afirmou.
Ao todo, 22 famílias tiveram grandes prejuízos com a forte chuva que atingiu a região na madrugada de terça-feira. A maioria reside em um conjunto de chácaras na saída para o distrito Frei Timóteo e ainda sofre com a enchente, pois em alguns pontos a água ainda não escoou.
Ontem de manhã, uma equipe da Assistência Social do município visitou algumas famílias a fim de cadastrá-las e traçar um diagnóstico de necessidades. Durante a ação, colchões e cestas básicas foram entregues. "Estamos começando pelas famílias que já foram cadastradas na terça e quarta-feira e que tiveram grandes prejuízos. Contamos agora com a ajuda da comunidade para doação de roupas, inclusive de cama, mesa e banho, além de móveis", ressaltou Tatiane Franco Garcia, diretora do departamento municipal de Assistência Social.
De acordo com Tatiane, seis famílias perderam tudo o que tinham em casa. Como é o caso do pedreiro Pedro Barbieri Neto, de 29 anos. Ontem pela manhã, ele usou um bote para sair da chácara onde é caseiro até o asfalto, onde recebeu os mantimentos. Neto mora há quatro anos em Jataizinho, mas nunca tinha enfrentado uma situação tão ruim por conta das chuvas.
"A água chegou na altura do meu peito, mais ou menos um metro e meio. Tudo foi muito rápido. Eu, minha mulher e meus quatro filhos pequenos estávamos dormindo quando a água começou a subir. Foi só o tempo de colocá-los em um bote e trazê-los para o asfalto. Naquela noite, foi um estado de caos. Eu via pessoas passando de bote, gritando para avisar as famílias. Nós deixamos tudo para trás", lembrou ele sobre a madrugada de terça-feira.
A família saiu somente com a roupa do corpo e documentos pessoais. "Eu voltei para tentar salvar alguma coisa, mas não deu tempo. Foi questão de minutos", contou ele, que se abrigou na casa de parentes. Com o nível de água mais baixo, Neto voltou para a casa com a família na quinta-feira à noite. "É uma sensação de angústia. Eu cheguei em casa e estava tudo revirado. As panelas cheias de barro, os móveis todos perdidos e as roupas sujas de lama", lamentou.
Caminhão de mudança
Na Vila Frederico, as casas que ficam à beira do Ribeirão Jataizinho também foram afetadas pela enchente. A residência de Silvana Justino de Carvalho, de 36 anos, é uma das primeiras a ser invadida pela água devido à proximidade com o rio. "Eu percebi que a água já estava atingindo o muro e chamei um caminhão de mudança. Coloquei fogão, geladeira, cama, tudo o que podia para levar para a casa dos meus parentes. Só voltei ontem de manhã", disse Silvana, que mora com o marido e dois filhos. Ontem, ela aproveitou os poucos raios de sol para colocar a casa "em ordem". "Hoje até deu para animar. É dia de lavar roupa."
No ano passado, Silvana não teve como prever a cheia do rio. Toda a família foi pega de surpresa e o prejuízo foi bem maior. "Todo ano acontece isso e eu não entendo por que não fazem nada. A gente paga imposto em dia", reclamou.
Na tarde de ontem, a Associação de Proteção à Maternidade, Infância e Família também realizou a entrega de agasalhos arrecadados em campanha, na unidade improvisada do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
Serviço:
As doações para as famílias atingidas pela chuva podem ser feitas no departamento de Assistência Social. Informações pelo fone: (43) 3259-3742.
Micaela Orikasa
Reportagem Local
Reportagem Local
FOLHA DE LONDRINA WEB
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