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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Manifestação toma ruas do centro de Londrina


Movimento lembra morte de estudante ocorrida durante protesto há dez anos
Ricardo Chicarelli
Manifestantes picharam palavras de ordem na Câmara de Londrina
Theo Marques
Em Curitiba, cerca de 3,5 mil participaram do protesto de ontem
Londrina - Centenas de adolescentes, adultos e até idosos ocuparam o calçadão e saíram pelas ruas do centro no início da noite de ontem em mais uma manifestação em Londrina, a segunda da semana. O destino do grupo foi a prefeitura. Os organizadores reivindicam passe livre para estudantes e trabalhadores, descriminalização de movimentos sociais e fim da corrupção, além das melhorias nas áreas de saúde e educação. A iniciativa foi do Comitê Passe Livre e se proliferou pelas redes sociais. 

Durante a manifestação, ainda no calçadão, um grupo ligado a partidos políticos começou a agitar bandeiras. Após vaias e um princípio de discussão, o material foi recolhido e a situação tranquilizada. Palavras de ordem foram pichadas na Câmara Municipal. 

O protesto, que passou pela Avenida Duque de Caxias, coincidiu com os dez anos da morte de Anderson Amaurílio da Silva, que aos 21 anos, durante manifestação pelo passe livre, foi atropelado por um ônibus em frente ao Terminal Urbano. O acidente aconteceu no dia 13 de junho de 2003 e ele morreu 11 dias depois. Um novo protesto em Londrina está marcado para sábado. 

Capital
Em Curitiba, apesar da chuva forte e do anúncio de que as tarifas vão diminuir na capital, aproximadamente 3,5 mil pessoas participaram ontem do quarto protesto contra o aumento da tarifa de ônibus. O protesto foi marcado pela divisão dos manifestantes entre os que são contra e a favor da participação de membros de partidos políticos. 

Os manifestantes saíram mais uma vez da Boca Maldita onde, após algumas discussões, se dividiram por causa das divergências sobre a participação de membros de partidos. Mesmo assim, todos acabaram a manifestação em frente à Prefeitura de Curitiba. Alguns membros se muniam de pedras. 

Os manifestantes ainda defendem que o movimento continue com mais reivindicações, inclusive outras que envolvem a tarifa e o transporte público. Para o zootecnista Carlos Alexandre Demeterco, a queda representa somente uma parte da luta. "Continuar cobrando a redução para R$ 2,60 é uma forma de não deixar o movimento morrer", declarou. 

A universitária Bárbara Carolina Ratier da Silva critica o uso de verbas de outras áreas para compensar a queda na tarifa. Para ela, os manifestantes precisam reivindicar que isso acabe. "Uma coisa não deveria substituir a outra." 

A divisão dos manifestantes em dois grupos, após discussões entre os membros sobre a participação de partidos, deixou mais clara a rivalidade entre os grupos também na capital. O editor de filmes João Barreto diz que está cada vez mais cristalizada esta divisão, mas o foco deve ser lutar por serviços públicos mais justos. "Nós temos que pedir mudanças mais concretas, para a não utilização de serviços como transporte, saúde e educação para conquistar lucro." (Colaborou Rodrigo Batista/Equipe Bonde) 

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