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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Prefeitura quer construir 7,5 mil moradias


Plano Municipal de Habitação prevê ainda a regularização de títulos de mil imóveis
Fotos: César Augusto
Na primeira etapa, que deve ser concluída em 12 meses, devem ser erguidas 230 unidades nas zonas Leste e Norte
O pedreiro Emerson Dias, morador do Residencial Abussafe, espera que a prefeitura invista em infraestrutura
Construir 7,5 mil moradias em Londrina até 2016. É o que prevê o Plano Municipal de Habitação, cujos detalhes foram divulgados ontem pelo prefeito Alexandre Kireeff e o presidente da Companhia de Habitação (Cohab) em Londrina, José Roberto Hoffmann. O objetivo é disponibilizar moradias dignas de forma sustentável e integradas a equipamentos públicos. 

Essa preocupação, aliás, foi reforçada em vários momentos durante a entrevista coletiva, para que não ocorra situação semelhante ao Residencial Vista Bela, na zona norte, onde os 12 mil moradores ainda sofrem com a falta de escolas, centros de educação infantil e unidade básica de saúde. 

De acordo com o prefeito, além da entrega de 7,5 mil unidades, até o final da gestão outras três mil deverão estar encaminhadas. Além disso, a estimativa é mais de mil imóveis sejam atendidos com a regulamentação fundiária. Um dos exemplos citados por ele são imóveis no Jardim Leste-Oeste (zona oeste) e Vila Marízia (região central). "Temos uma série de áreas que foram urbanizadas, mas que os moradores não têm o título da propriedade. Isso impede que eles façam investimentos em seus imóveis, como a comercialização", explica. 

As novas unidades habitacionais deverão atender uma demanda de 15,5 mil famílias que vivem atualmente no município com até três salários mínimos. "A prioridade é para as famílias com maior condição de vulnerabilidade habitacional. Esse esforço não atenderá a totalidade de moradia, mas dará condições dignas e de acesso a essas famílias", observa Kireeff. 

Hoffmann ressalta que o cadastro na Cohab segue os quesitos de necessidade. "Temos critérios em nível nacional e municipal, como ter residência fixa na cidade nos últimos cinco anos, lares que são chefiados por mulheres e até com conceitos de territorialidade, como a proximidade aos novos empreendimentos para que os equipamentos públicos que são utilizados por essa população sejam mantidos", afirma. 

O Plano Municipal de Habitação prevê gastos de R$ 770 milhões. Segundo Kireef, os recursos são estaduais, federais e até internacionais porque, além da construção das unidades habitacionais, há também um projeto urbanístico envolvido, como a recuperação de fundos de vale. "As fontes de recursos estão disponíveis, mas evidentemente que em ponto de tramitação. Eles serão liberados de acordo com os encaminhamentos e cronogramas", diz. A intenção agora é preparar rapidamente os projetos para que eles sejam apresentados ao governo federal. 

Em execução
Nesta primeira etapa, a administração já assinou o projeto que contempla 230 unidades habitacionais, distribuídas em quatro bairros na interseção das zonas Leste e Norte. As casas de 40, 86 e 39,95 metros quadrados estão com as obras em execução desde o mês de abril, quando o projeto foi assinado. 

A previsão é que as casas sejam entregues em 12 meses. Um dos canteiros de obras fica no Residencial João Abussafe (zona leste), onde devem ser entregues 54 unidades. "Eu creio que para o bairro vai ser muito bom. Aqui nós estamos muito abandonados e todos os dias eu acompanho a evolução dessa obra, torcendo para que seja bem feita", diz a moradora Dirce Barroso, ao lembrar que antes o terreno era tomado pelo mato e lixo. "Era muito bicho e muita insegurança". 

O pedreiro Emerson Aparecido Dias chegou ao bairro há 15 anos, quando foi fundado. "Tinham poucas casas e muito mato. Se a prefeitura investir em infraestrutura, vai ser bom, mas a questão da segurança e cuidado vai depender muito das famílias que forem morar aí", comenta. 

Na região norte, no Conjunto Jerônimo Nogueira, onde serão construídas 149 unidades, as máquinas da prefeitura já trabalham na terraplenagem do asfalto. O local deve receber primeiramente a infraestrutura básica e depois as novas moradias. Para o casal Almir e Ivanir Andrade, as novas construções vão garantir melhorias no bairro. "Ali era só mato, bicho e ponto de encontro de usuários de drogas. Acredito que vai melhorar aos poucos porque quando a gente chegou aqui, há 15 anos, era tudo abandonado. Vivíamos praticamente uma vida de cachorro", desabafa. 

No próximo mês, a previsão é que seja assinado o contrato para a construção de 1.218 moradias, entre casas e apartamentos, no Jardim Flores do Campo, na zona norte. Até agosto de 2014, a estimativa da prefeitura e Cohab é assinar mais 12 contratos, contemplando todas as regiões, inclusive os distritos.
Micaela Orikasa
Reportagem Local

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