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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Superpostes e buracos incomodam população

vestígios da instalação de equipamentos pela Copel estão espalhados pelas zonas sul e oeste de Londrina

Em algumas vias os postes estão distribuídos pelos canteiros
Em pontos onde seriam instalados os postes de alta tensão de energia pela Copel, o cenário agora é de obras paradas e de transtornos para os moradores. Com a suspensão parcial do serviço até que seja realizado um novo estudo de traçado, os vestígios das instalações que foram iniciadas permanecem nas ruas de Londrina. 

Nos bairros em torno do Lago Igapó (zonas sul e oeste), é possível ver vários postes espalhados entre calçadas e em terrenos vazios. Durante o percurso, a equipe da FOLHA contou pelo menos 15 unidades. Mas o problema maior são os buracos perfurados em áreas residenciais. 

"O buraco ficou sem tampa e meu marido colocou essas madeiras. Além da obra ter trincado minha calçada, essa perfuração é um grande perigo, principalmente para as crianças", reclama Arcini Becker, que reside na Rua Dom Pedro II e que junto com outros moradores do Jardim Presidente (zona Oeste) impediram que os funcionários da Copel finalizassem o serviço no bairro, no último final de semana. 

"O que foi dito para nós é que nenhum outro poste seria erguido até segunda ordem, mas no sábado (dia 22) eu acordo e vejo um guindaste trabalhando na rua de baixo, a Joaquim Nabuco. A vizinhança foi se comunicando e cobrou providências. No mesmo dia, os dois postes que haviam sido levantados foram retirados", conta Valdicélia Frei, professora e moradora da Rua Marquês de Valença, no Jardim Itamaraty. 

Ela ainda ressalta que os buracos abertos para a instalação dos postes comprometem não só o solo, mas a segurança da população. "Vários estão mal tampados e acumulando água. É um trabalho muito mal planejado", diz Valdicélia, que juntamente a outros moradores pretende ir ao Ministério Público nesta semana. "Vamos apresentar as informações coletadas, inclusive através de imagens, para que sejam tomadas as medidas legais. Esperamos uma ajuda nesse sentido", afirma. 

"Apesar dos postes não atrapalharem o fluxo da rua, o fato deles permanecem aqui é um sinal de que ainda há a possibilidade de serem instalados", declara Janine Raphanhin, moradora do Jardim Santa Rosa, ao lado da Gleba Palhano. 

Na Avenida Presidente Castelo Branco, a caminho da Universidade Estadual de Londrina, os postes estão distribuídos pelo canteiro e alguns até já foram implantados. "No início, achamos que seria uma melhoria para toda a população, mas na verdade essa medida oferece risco à nossa saúde porque são linhas de alta tensão. Ninguém quer isso e até uma nova decisão vai ficar desse jeito", salienta Neide de Melo, ao apontar os postes e os buracos protegidos por uma tela plástica em frente de sua residência, no Jardim Universitário. 

O projeto inicial prevê a instalação de postes de 25 metros de altura ao longo de 11 quilômetros. A rede de 138 mil volts interligaria a subestação do Jardim Bandeirantes à unidade na Avenida Waldemar Spranger, no Jardim Igapó, através de uma nova subestação no Jardim Maringá, que está em execução ao lado do Bar Valentino. O investimento total é de aproximadamente R$ 7,6 milhões. 

Polêmica
A suspensão parcial da instalação dos superpostes foi anunciada no último dia 18, após reunião com representantes da Copel, prefeitura, moradores e entidades de classe. A medida foi tomada após a pressão dos moradores, que foram às ruas no início do mês para protestar. Movidos pelo Movimento "Eu Amo Londrina", centenas de manifestantes criticaram o sistema adotado pela Companhia e os possíveis danos à saúde pública. 

A polêmica começou no final de abril, quando moradores dos locais onde seriam instalados os postes descobriram que as obras não eram destinadas diretamente à iluminação pública, mas para conduzir energia através de linhas de alta tensão. Foi a partir disso que se iniciaram as discussões em prol da mudança de trajeto. Um dos pontos atingidos seria o Lago Igapó. 

O estudo do traçado, segundo a Copel informou por meio de nota, foi elaborado em conjunto com técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e o projeto teria prazo protocolado na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) até o final deste ano. 

Alternativas apontadas pela câmara de engenharia elétrica do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (Ceal) e defendidas pelo Ministério Público são uma passagem subterrânea dos cabos e a mudança da instalação para a PR-445.
Micaela Orikasa
Reportagem Local

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