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terça-feira, 4 de junho de 2013

Paraná pode ser polo de produção de látex no Brasil


Governo do Estado cria programa para incentivar agricultores a aderirem ao plantio de seringueira; foco é suprir demanda das indústrias
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Governo estadual prevê o plantio de 35 mil hectares de seringueira no prazo de 10 a 12 anos
Com o objetivo de fomentar a produção de látex no Paraná, a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (Seab), anunciou na última semana que irá subsidiar em até 50% o custo da muda de seringueira para produtores interessados nas regiões Norte e Noroeste. O motivo da subvenção, segundo o governo, seria a falta de matéria-prima que vem preocupando as indústrias de borracha do Estado, como é o caso da Sumitomo, empresa japonesa de pneus que irá inaugurar em outubro uma fábrica na Região Metropolitana de Curitiba.

Só a Sumitomo, conforme informações da Agência Estadual de Notícias, irá precisar de 15 mil hectares de seringueira plantada para dar conta da produção. Entretanto, o Paraná conta apenas com 2,8 mil hectares de área em cultivo. Para solucionar esta deficiência, a Seab, em parceria com a Cocamar Cooperativa Agroindustrial, criou o Plano de Apoio ao Plantio da Seringueira. A cooperativa ficará responsável pelo processamento da matéria-prima e oferecer a borracha para as indústrias, enquanto a secretaria dará respaldo técnico e financeiro. "Já vamos começar a organizar reuniões regionais com os produtores para apresentarmos a seringueira", explica Leandro Cezar Teixeira, gerente de produção agrícola da Cocamar.

Segundo informações do governo, no prazo de 10 a 12 anos, o projeto prevê o plantio de 35 mil hectares de árvores no Estado, que atenderá a demanda gerada no Paraná e estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Segundo analistas do setor, ainda haverá espaço para exportação. A meta da Seab é plantar 400 hectares da espécie até 2014. Para isso, será necessário o plantio de 200 mil mudas.

"O custo para implantar hoje um seringal varia em torno de R$ 6 mil por hectare. A taxa de retorno, quando a planta está pronta para produzir o látex, chega a R$ 2,5 mil por hectare/ano". Teixeira completa que uma seringueira começa a produzir a partir do sétimo ano. Quando atinge 10 anos, ela passa a produzir de 600 a 800 gramas de látex, o que proporciona uma renda média de R$ 1,1 mil por hectare/mês, dependendo do custo de produção.

Teixeira conta que o trabalho de divulgação da cultura terá como foco as regiões Norte e Noroeste do Estado. "Mostraremos aos produtores os custos de produção, as linhas de crédito que serão oferecidas, o tempo de produção, entre outras dúvidas", enfatiza o gerente de produção da cooperativa. Inicialmente, a Cocamar espera implantar cinco mil hectares de seringueira. "Devemos iniciar o plantio no próximo ano, já que nossos agrônomos ainda irão receber treinamentos de especialistas do Instituto Agronômico do Estado do Paraná (Iapar) e do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater)", sublinha Teixeira.

Segundo informações divulgadas pelo governo do Estado, o fomento ao plantio da espécie está sob a responsabilidade do Departamento de Floresta Plantada (Deflop), órgão criado pelo governador Beto Richa para ampliar a política de florestas plantadas e trabalhar diretamente com a silvicultura, que irá desenvolver ações para intensificar o plantio de seringueira.

A planta
A seringueira é explorada durante 10 meses no ano. Segundo informações da Seab, durante dois meses as árvores são deixadas para um processo de recuperação. Uma seringueira permanece produtiva durante 35 anos e, ao final deste ciclo, ainda é feito o aproveitamento da madeira para móveis e energia. Outra vantagem é que a seringueira pode ser plantada em consórcio com outras culturas agrícolas. O café é consenso diante de uma pesquisa conduzida pelo Iapar onde ambas as culturas são beneficiadas no processo pelo aumentando da produtividade.


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