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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dengue põe Norte Pioneiro em alerta!

Campanhas educacionais atreladas ao controle técnico são as ações que Jacarezinho tem adotado contra a proliferação do Aedes aegypti.


Em Cornélio Procópio, o envolvimento das escolas é uma das estratégias no controle da dengue.
A proximidade do verão pode tornar-se um sinal de risco para a população do Norte Pioneiro. A região é uma das mais ''cotadas'' no Estado para enfrentar uma epidemia de dengue. A triste constatação deve-se ao número crescente de casos da doença registrados desde o ano passado. Os dois núcleos da Secretaria Estadual da Saúde, a 18 Regional de Saúde de Cornélio Procópio e a 19 Regional de Saúde de Jacarezinho, têm mais de nove mil casos confirmados. A estatística é ainda mais grave quando se contabilizam os casos de mortes provocadas pela dengue - dos 14 óbitos registrados até agora no Paraná nove ocorreram na região. Só em Jacarezinho foram seis casos fatais. O município tem pouco mais de 39 mil habitantes. 

De acordo com dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), na semana passada, durante o 1º Encontro Macrorregional de Saúde e Dengue realizado em Londrina, o Estado contabiliza mais de 29 mil casos confirmados da doença neste ano. Detalhando os números do Norte Pioneiro, na 19 Regional de Jacarezinho foram confirmados 4.543 casos de dengue - sendo 3.597 somente no município de Jacarezinho - e na 18 Regional de Cornélio Procópio, estão outras 4.760 confirmações da doença com uma morte. 

Na 18 Regional o maior risco se concentra no município de Cornélio Procópio, com 2.936 casos confirmados de dengue em 2011, conforme informações repassadas por Maria Helena Mendes Luiz, inspetora de saneamento da Vigilância Sanitária. Segundo ela o município teria duas mortes provocadas pela doença, elevando o total do Estado para 15 casos, mas a informação, até o fechamento desta edição, não foi confirmada pela Sesa. 

Tantos casos na região, mais especificamente em Jacarezinho, levam a um questionamento: por quê um número tão grande de vítimas se a dengue não é uma doença nova? 

Nos últimos 15 anos, de acordo com Antônio Carlos Setti, diretor da 19 Regional de Jacarezinho, a incidência de casos na região nunca foi alarmante. ''O que fez com que a população baixasse a guarda colocando a cidade em risco'', afirma. 

Segundo ele, o quadro crítico que se instalou na cidade teve ínicio no final do ano passado e ganhou força entre janeiro e fevereiro de 2011, levando a uma epidemia e colocando o município em evidência no ranking estadual. 

O meio ambiente, a pré-disposição climática da região e a presença do vetor em grande quantidade também aumentam a gravidade do problema, como explica a enfermeira sanitarista Rosa Vita de Almeida, do setor de vigilância epidemiológica da dengue da 19 Regional de Saúde de Jacareziho. ''A falta de limpeza e da conscientização de que a população tem de fazer a sua parte também colabora para que o controle da dengue ultrapasse a esfera da secretaria da Saúde. Precisamos ter o envolvimento de todos os setores da sociedade e dos órgãos públicos no sentido de controlar a proliferação do mosquito'', diz. 

De acordo com ela, o último caso positivo autoctone de dengue ocorreu em junho de 2011 (na semana 25 de controle) na cidade de Cambará. ''De lá para cá apenas um caso foi confirmado, em agosto, porém foi importado, de uma pessoa que já veio doente de Ribeirão Preto (SP)'', afirma. Rosa destaca que a detecção de casos importados fortalece as ações promovidas pela vigilância epidemiológica do município.

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