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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Conab deve comprar 4 mi t de milho em 2013


A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deverá aproveitar uma queda nos preços do milho neste ano para recompor seus estoques, realizando compras de 4 milhões de toneladas ao longo de 2013, disse um funcionário da estatal nesta quinta-feira.
A Conab, que conta com cerca de 500 mil toneladas em seus estoques, um patamar relativamente baixo para fazer frente a eventuais problemas de oferta, avalia que as cotações do cereal, que atingiram níveis recordes em 2012, vão ceder neste ano, o que reforçaria a necessidade de apoio aos produtores.
Essa queda nos preços deverá ocorrer com a confirmação de uma safra recorde no Brasil e também com uma possível recuperação da produção dos Estados Unidos, os maiores produtores globais, afetados no ano passado pela pior seca em mais de meio século.
“Nossa proposta é de compra de 4 milhões de toneladas através de contratos de opção de venda (para o produtor) para recompor os estoques públicos”, disse o gerente de Oleaginosas e Pecuária da Conab, Thomé Luiz Freire Guth, acrescentando que o ideal seria chegar até a marca de 5 milhões de toneladas.
Guth disse ainda em palestra sobre as perspectivas para o setor, em São Paulo, que está em estudo a realização de compras diretas do governo (AGF). Mas ele ponderou que esta ferramenta tem limites por produtor que podem interferir na operação.
A Conab estimou a safra total de milho 2012/13 em um recorde de 77,45 milhões de toneladas.
“As notícias que temos de Mato Grosso são muito boas. O clima está bom e a área é maior do que na safra passada. A tendência é ter uma produção cheia”, comentou ele.
As compras do governo provavelmente ocorreriam no segundo semestre, quando a segunda safra no Brasil e a produção da nova temporada dos EUA entrarão no mercado, pressionando ainda mais os preços.
Segundo a Conab, é possível que os preços do cereal caiam abaixo do valor mínimo estabelecido do governo, o que reforçaria a necessidade de apoio do governo, inclusive por meio de programas que subsidiam o transporte do produto.
O especialista observou que os preços seguem tendência de baixa especialmente em Mato Grosso, grande produtor nacional.
Guth observou que os preços no começo de abril estavam em 17 reais por saca em Lucas do Rio Verde, importante praça de referência em Mato Grosso, mas a expectativa é que os preços possam recuar até 8 ou 9 reais.
“Vai chover pedidos de intervenções neste ano para o milho”, disse o gerente da estatal.
Atualmente o preço mínimo para Mato Grosso e Rondônia é de 13,02 reais por saca de 60 kg.
O preço mínimo para o milho nas regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste (exceto Mato Grosso) está em 17,46 reais.

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