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terça-feira, 9 de abril de 2013

Delegado é preso suspeito de proteger esquema milionário de pirataria

Valdir Abrahão e outras 23 pessoas, entre elas dois policiais civis de Apucarana, empresários e funcionários de empresas, também foram presas durante operação do Gaeco


O delegado-chefe de Apucarana, Valdir Abrahão, foi preso no começo da noite desta terça-feira (9) durante a Operação Jolly Roger, realizada pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A informação foi confirmada pelo coordenador do Gaeco de Londrina, promotor Cláudio Esteves.
Outras 23 pessoas, entre elas dois policiais civis de Apucarana, empresários e funcionários de empresas, também foram presas durante a manhã. Vinte e uma delas foram encaminhadas para a Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL II). Os policiais civis e o delegado foram levados para Curitiba. Um dos empresários suspeitos de participar do esquema de pirataria continuava foragido por volta das 20h30 desta terça.
O delegado-chefe e os policiais civis de Apucarana são acusados de receber propina para facilitar a ação da pirataria na cidade. De acordo com o Gaeco, o pagamento era feito mensalmente em dinheiro vivo. O promotor Cláudio Esteves disse ter encontrado elementos consistentes, incluindo imagens, da ligação próxima entre os policias e os empresários.
“Esses policiais são investigados pela prática de corrupção passiva e por integrar esse sistema capitaneado por alguns empresários no sentido de cooptar os policias e obter deles a proteção para que não desempenhassem adequadamente sua função e dessem cobertura para o exercício ilegal dessa atividade”, explicou, em entrevista coletiva.
Segundo ele, as empresas produziam, em geral, bonés e camisetas, utilizando-se da violação de marcas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. “Nós temos notícias, inclusive vindas do Gaeco de São Paulo, de que Apucarana seria uma grande fornecedora das regiões da 25 de Março e do Braz, em São Paulo, desse tipo de produto contrafeito”, contou Esteves.
Os acusados vão responder por crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsidade ideológica, além de corrupção ativa e passiva.
MP pediu reconsideração da prisão
Depoimento de empresários, na tarde desta terça-feira (9), apontaram a participação do delegado-chefe de Apucarana no recebimento de propina para a manutenção do esquema de pirataria na cidade. O fato novo fez com que o Ministério Público pedisse a reconsideração da prisão à Justiça, que antes havia apenas afastado Valdir Abrahão do cargo.
Segundo a Secretaria de Justiça (Seju) o delegado Ítalo Sega assumirá a chefia da Polícia Civil em Apucarana.

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