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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Em dia de protesto, AL aprova benefícios aos professores

Num único dia, deputados votaram em dois turnos as mudanças
no Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos servidores
Parlamentares aceleram votações de projetos reivindicados pela categoria, que ontem também pediu mais atenção para o SAS


Curitiba - Depois de mil professores, em frente ao Palácio Iguaçu, enterrarem simbolicamente o Sistema de Atendimento à Saúde (SAS), criticado pelo mau serviço prestado aos funcionários públicos, e de eles ocuparem o espaço destinado aos visitantes na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, os deputados estaduais aprovaram duas reivindicações da categoria que foram enviadas em março para a AL. 

Mudanças no Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos servidores passaram em dois turnos, mas retornam à pauta semana que vem para última votação (redação final). Já o aumento da hora-atividade (período em que o professor permanece na escola, mas exerce atividades fora da sala de aula), de 20% para 33%, foi aprovado e encaminhado para o governador Beto Richa (PSDB), que horas antes havia anunciado novo contrato para o SAS. 

Em Curitiba, o atendimento médico aos professores era feito no Hospital da Polícia Militar, que ficou congestionado com a demanda. Beto anunciou convênio com o Hospital Evangélico para atenuar a questão e agilizar e melhorar o atendimento aos professores, que terão um ambulatório exclusivo no prédio hoje ocupado pela Paraná Previdência. Manifestações em todo o País foram organizadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e pelos sindicatos estaduais. Em Londrina, a concentração ocorreu no Calçadão. 

Projetos
Apesar da votação unânime em ambos os projetos, deputados do governo e da oposição não evitaram troca de farpas em suas exposições. Ademar Traiano (PSDB), líder do governo na AL, repetiu que o Paraná paga aos professores salário de ingresso ''33% maior que o piso nacional para a categoria'', afirmação proferida na manhã pelo vice-governador e secretário estadual da Educação, Flávio Arns (PSDB). Para a jornada de 40 horas semanais, o salário base é de R$ 2.089,88 (o piso nacional é de R$ 1.567,00), mais R$ 609,66 por mês de auxílio transporte. 

Professor Lemos (PT) lembrou que o aumento da hora-atividade no Paraná é uma adequação do Estado à exigência federal. A presidente da APP Sindicato, Marlei Fernandes, disse que a categoria tem diálogo com o governo do Paraná, mas ''ainda precisamos sair às ruas em manifestação pública para sermos ouvidos''. 

A hora-atividade não terá impacto financeiro imediato nos cofres do Estado, diz o diretor geral da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Jorge Wekerlin. Só que no projeto, Beto adianta que a secretaria prepara instruções para a ocupação das novas horas-atividade. ''Dentro da perspectiva de incremento da carga horária (ensino integral e contraturno), proposta do atual governo em andamento, torna-se evidente a necessidade de uma articulação maior dos gestores'', diz. 

Sobre as mudanças na carreira, Wekerlin afirma que há dinheiro em caixa para os novos pagamentos (cofres do Estado e repasses federais do Fundo de Educação Básica), estimados pela Seed em R$ 12,6 milhões em 2013. Durante a votação, Traiano anunciou aos professores que o dia de paralisação estadual não seria descontado dos salários dos manifestantes, por opção do governador. Ele negou que os projetos tenham sido taticamente segurados na AL para coincidir com o dia de protestos.
José Lazaro Jr. 
Reportagem Local

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