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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Habitação rural chega ao pequeno produtor

’É uma maravilha para nós morarmos na casa nova porque o povo
da roça nunca é lembrado’’, diz Maria de Fátima,
 ao lado do marido e filhos
Nesta etapa do programa serão beneficiadas 800 famílias; construção é quase toda subsidiada pelo governo

Cornélio Procópio - Um programa de habitação rural vai beneficiar cerca de 800 famílias de pequenos produtores rurais do Norte Pioneiro até o final do ano que vem. O projeto é desenvolvido pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) em parceria com o programa Minha Casa, Minha Vida, criado pelo governo federal. 

O principal objetivo do programa é melhorar a habitação do pequeno produtor, contribuindo para que ele permaneça com a família na propriedade. O êxodo rural causou grande evasão de pessoas do campo para a cidade, especialmente nas décadas de 1960 e 1970. E, hoje, há dezenas de agricultores morando em condições precárias na região, famílias que insistiram em permanecer na lavoura. 

Das 800 moradias previstas para o Norte Pioneiro, praticamente a metade já foi entregue ou está em fase de acabamento para serem entregues aos futuros mutuários. 
As moradias têm em média 50 metros quadrados e estão sendo
liberadas para famílias indicadas por técnicos da Emater;
Odila Mariana de Souza é uma das beneficiadas


A habitação rural é um grande negócio para o pequeno produtor, mas o interessado deve preencher uma série de requisitos. O primeiro deles é ser o dono da propriedade. As famílias são selecionadas com ajuda de técnicos da Emater que, por prestarem serviços na área de assistência técnica, conhecem melhor as famílias que precisam de uma habitação. Depois, as famílias ainda serão visitadas por técnicos da área de assistência social da Cohapar. Só depois, os documentos são encaminhados e os recursos liberados para a construção. 

O empreendimento é quase todo subsidiado pelo governo federal, chegando a 96% do total. São liberados recursos na ordem de R$ 28,5 mil para a compra de material de construção e pagamento da mão de obra. As moradias têm em média 50 metros quadrados. O mutuário vai pagar apenas quatro prestações anuais no valor de R$ 285 cada uma, o que corresponde a 1% do valor financiado e representa R$ 0,78 por dia. 

A construção é acompanhada por uma equipe de monitores. No caso do escritório regional da Cohapar em Cornélio Procópio existem quatro monitores que acompanham o andamento das obras em 41 municípios da região. 

O gerente do escritório regional da Cohapar, Nilton de Sordi Junior, o Juba, diz que o programa vai melhorar a qualidade de vida do homem do campo e colocar um fim no êxodo rural. ''A história de conter o êxodo rural é antiga, mas até agora não havia uma ação efetiva para que isso realmente acontecesse. E hoje, com esse programa, já tem gente querendo voltar para o campo'', afirma. 

Ampliação
Já o presidente da Cohapar, Mounir Chaowiche, diz que o programa não visa apenas levar a moradia para o homem do campo, mas também o desenvolvimento econômico para que a pequena propriedade seja autossustentável. ''A partir do momento em que a pessoa tem a sua casa própria com qualidade (no campo), ela se sente mais estimulada a investir e a desenvolver sua propriedade'', afirma. 

Chaowiche diz que, neste momento, a prioridade do governo é atender o pequeno produtor mas que, em um segundo momento, vai atender também as famílias do campo com renda média. A Cohapar, inclusive, está ampliando a parceria com o governo federal para a execução do programa Minha Casa, Minha Vida no Paraná. 

Segundo ele, o Governo do Estado pretende atender 110 mil famílias na área de habitação durante os quatro anos de gestão do governador Beto Richa (PSDB), sendo 10 mil moradias na zona rural.
Eli Araujo
Reportagem local


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